Candidato Rodrigo Andrade

PAN

Rodrigo Andrade

Em poucas palavras, apresente-se ao eleitorado.

Olá! Sou o Rodrigo Andrade, tenho 24 anos e sou o cabeça de distrito do PAN em Leiria. Desde a minha adolescência que me interesso por política, algo que me levou a tirar uma licenciatura em Ciência Política no Iscte. Juntei-me ao PAN pela agenda séria que apresenta no combate às alterações climáticas. Acredito que podemos deixar um país melhor para as gerações futuras e que devemos trabalhar juntos para este objetivo!

Quais as suas prioridades para o distrito de Leiria?

Em primeiro lugar, e porque já começamos a sentir os efeitos das alterações climáticas, queremos ajudar os agricultores a fazer a reconversão dos seus produtos para uma agricultura preferencialmente biológica, que aproveite o que de melhor o solo tem para dar e que corresponda às necessidades de adaptação devido às constantes mudanças de tempo e de temperatura. Esta é um setor que merece o nosso apoio, para que seja sustentável não só em termos monetários, mas também em termos ambientais. Queremos também mudar a política de combate aos incêndios, apostando fortemente na prevenção ao invés da política a que temos presenciado nos últimos anos, em que esperamos que a floresta arda antes de agirmos. Por fim, não esquecemos que o distrito de Leiria é dos mais afetados pela falta de médicos de família, pelo que queremos criar incentivos à fixação de profissionais de saúde no nosso distrito.

Que soluções propõe para os problemas de habitação no distrito, incluindo o acesso à habitação acessível e a revitalização de áreas urbanas degradadas?

Primeiramente, quero destacar que o PAN conseguiu aprovar a inventariação do património público do Estado. Conhecendo estes edifícios, estes poderão depois ser reabilitados de forma a dar resposta às necessidades de habitação do país e do distrito. Queremos também alargar e aumentar a verba destinada ao programa Porta 65, que é extremamente importante no auxilio ao pagamento da renda de milhares de jovens, garantir o regresso do regime do crédito bonificado para jovens e assegurar que toda a habitação pública construida tem uma percentagem que é destinada aos jovens entre os 18 e os 35 anos. Por fim, queremos dar benefícios em sede de IRS aos senhorios que promovam o arrendamento acessível e em valores que fiquem abaixo da inflação.

Tem planos para promover a inovação, o empreendedorismo e a criação de emprego qualificado no distrito? Quais?

Em primeiro lugar, queremos destacar a importância que o Instituto Politécnico de Leiria tem para o setor empresarial do distrito. Este forma imensos profissionais nas mais diversas áreas, e uma aposta forte neste instituto e nos seus estudantes pode alavancar ainda mais a capacidade empresarial de Leiria, bem como tornar o nosso distrito num polo de investigação e de inovação. Queremos também dar incentivos fiscais às empresas que apostem na economia verde e em em práticas sustentáveis, apostar no turismo rural que esteja em sintonia com a natureza e apostar na gestão florestal, algo de especial importância para o nosso distrito.

O que se pode fazer para uma acção mais eficaz em termos ambientais, incluindo a proteção dos recursos naturais, gestão de resíduos e mitigação das alterações climáticas?

Primeiro, precisamos de pegar nos mais de 300 milhões dados em borlas fiscais aos mais poluentes e colocar este dinheiro na produção de energias renováveis, descarbonizando assim a produção de energia em Portugal. Precisamos também de proteger a nossa costa e os nossos oceanos. Os oceanos são os principais sumidouros de carbono do mundo e por isso um aliado valioso no combate às alterações climáticas. Precisamos também de descarbonizar também o setor dos transportes, apostando em mais apoios à compra de veículos elétricos, assegurando a gratuitidade dos passes de transportes públicos para incentivar à deslocação por estes meios e finalizar a eletrificação da ferrovia. Por fim, não esquecemos a agricultura animal, que continua a ser um dos principais poluidores à escala global, não esquecendo a poluição de que o rio Lis é alvo há anos devido às suiniculturas de Leiria.

Apresente algumas propostas para melhorar a mobilidade no distrito.

Primeiro, é prioritário finalizar as obras na Linha do Oeste, que atualmente estão super atrasadas e que deixam este meio de transporte cada vez mais esquecido. Para além disto, queremos apostar fortemente numa rede de transportes públicos dentro do distrito, para que os cidadãos se possam deslocar facilmente entre os diversos concelhos, interligando a ferrovia com os autocarros distritais. Por fim, não esquecer a mobilidade ciclável, sendo que é preciso incentivar à construção de mais ciclovias em cada concelho do distrito.

Qual o político que mais o(a) impressionou no passado e que o(a) inspira no presente?

No passado diria Al Gore, por ter sido um dos pioneiros no combate às alterações climáticas na parte política. Perdeu as eleições para Presidente dos Estados Unidos da América em 2000 numa decisão algo dúvida do Supremo Tribunal dos EUA, mas pergunto-me frequentemente o quão diferente seria a atualidade se Gore fosse o presidente ao invés de Bush nos anos que se seguiram. No presente, diria dois. António Guterres, na sua luta incansável pela paz e no combate às alterações climáticas e Bernie Sanders, por ter estado sempre ''do lado certo da história'' e por continuar a fazer política para os trabalhadores, para os mais jovens e para deixar um planeta mais verde para as gerações futuras.

Que livro recomendaria ao próximo primeiro-ministro?

Povo vs Democracia, de Yacha Mounk, sobre a ascensão da extrema-direita pelo mundo fora e como combater os seus argumentos e o seu crescimento. O Remorso de Baltazar Serapião, de Valter Hugo Mãe, para não esquecer os direitos das mulheres e com a visão de não nos tornarmos no que mais tememos. O Vendedor de Passados, de José Eduardo Agualusa, pela importância que temos de dar ao futuro, ao invés do passado.