Candidato Magui Lage

Volt

Magui Lage

Em poucas palavras, apresente-se ao eleitorado.

O meu nome é Magui Lage, tenho 25 anos e sou natural das Caldas da Rainha. Formei-me em Engenharia Mecânica na licenciatura, e Engenharia e Gestão de Energia, com especialização em energias renováveis no mestrado. Neste momento faço gestão de projetos europeus na área da transição energética. Juntei-me ao Volt Portugal no ano passado e apresento-me a estas eleições como candidata do Volt à assembleia da republica pelo circulo eleitoral de Leiria.

Quais as suas prioridades para o distrito de Leiria?

Embora seja o 5º distrito mais populoso do país, não tem sido dado a devida atenção ou investimento ao distrito de Leiria. Precisamos de soluções de mobilidade sustentável que nos aproximem dos centros urbanos; para além disso é preciso capturar empresas estrangeiras que paguem salários europeus para que, principalmente os jovens, consigam fixar-se nas suas cidades; e como vai ser dito na resposta seguinte, temos de criar condições para facilitar o arrendamento e a compra de casa, através de políticas diferentes daquelas que se têm implementado.

Que soluções propõe para os problemas de habitação no distrito, incluindo o acesso à habitação acessível e a revitalização de áreas urbanas degradadas?

Sendo o Volt um partido Europeu, aquilo que fazemos é olhar para a Europa e perceber como é que outros países resolveram problemas semelhantes àqueles que enfrentamos em Portugal. Neste momento, Viena é uma das cidades mais atrativas em termos de acessibilidade à habitação e isso prende-se com o facto de terem mais de 70% de habitação pública. Em Portugal essa taxa é de apenas 2% e por isso um dos objetivos do Volt é fazer subir esse valor para a média europeia de 10%. Para além disso queremos simplificar os processos de licenciamento de modo a aumentar a oferta de mercado através da nova construção.

Tem planos para promover a inovação, o empreendedorismo e a criação de emprego qualificado no distrito? Quais?

O objetivo do Volt é fazer subir o nivel de vida português ao nivel médio europeu e para isso é preciso proporcionar as condições certas para as empresas se fixarem em Portugal, através da criação de clusters técnologicos e inovadores. No distrito de Leiria, na Marinha Grande existe um cluster na área dos moldes e dos plásticos. Nós queremos implementar “Os Clusters do Futuro” que integram a visão do projetado Renascimento Industrial europeu, e permitem o recentramento das cadeias de valor que potencialmente irão estruturar a futura economia mundial. Especificamente para as empresas, o Volt reconhece a complexidade e a lentidão dos processos administrativos em Portugal, que são frequentemente apontados como fatores importantes para a falta de investimento privado. O grande objetivo do Volt para Portugal é, em 10 anos, atingir salários europeus. A estratégia do Volt é alavancar o conhecimento que já existe em alguns destes setores em várias regiões do país como motores do desenvolvimento nacional e regional. Apostar na descentralização representa assegurar que qualquer pessoa em qualquer sitio do país tem condições e oportunidades para uma vida digna.

O que se pode fazer para uma acção mais eficaz em termos ambientais, incluindo a proteção dos recursos naturais, gestão de resíduos e mitigação das alterações climáticas?

O programa do Volt destaca a importância da educação como base fundamental para o país. Propõe uma reforma estrutural do sistema educativo português com base em melhores práticas e evidências científicas, visando proporcionar uma formação mais personalizada que promova o espírito crítico e a capacidade de análise, em vez da mera memorização de conteúdos curriculares. Essas políticas educacionais são fundamentais para preparar os jovens para os desafios de um mundo cada vez mais globalizado e em constante mudança, permitindo-lhes abordar questões complexas como as alterações climáticas com uma perspetiva informada e crítica. Na área da transição energética o Volt tem as seguintes medidas: Eliminação de subsídios para combustíveis fósseis e redirecionamento desses recursos para compensar cidadãos com custos mais elevados e financiar a transição verde da União Europeia (UE). Continuação da descarbonização da produção de energia para minimizar e eliminar a queima de combustíveis. Apoio à pesquisa e desenvolvimento de redes de energia inteligentes, novas soluções tecnológicas de produção (como energia geotérmica avançada) e armazenamento de energia (por exemplo, baterias de sal fundido, hidrogênio, baterias redox) para lidar com as características intermitentes de fontes renováveis, como energia solar e eólica. Redução da dependência de energia hidroelétrica devido ao crescente risco de seca em Portugal. Adoção urgente de um plano nacional de digitalização da energia para melhorar a estabilidade da rede elétrica e incentivar a utilização eficiente da energia. Simplificação dos procedimentos para a constituição e operação de comunidades de energia renovável, capacitando os cidadãos a contribuir facilmente para a transição ecológica e proporcionando livre acesso às redes de energia. Promoção da microgeração e cogeração energética renovável, bem como o armazenamento local, estimulando o investimento partilhado e comunitário (por exemplo, através de cooperativas e comunidades energéticas) para maximizar a descentralização da produção elétrica e a maior segurança e soberania energética. Promoção do debate sobre a estratégia energética de futuro (2040-2050) para aprimorar a resiliência, sustentabilidade e impacto econômico do setor e da transição.

Apresente algumas propostas para melhorar a mobilidade no distrito.

Qualquer país desenvolvido tem opções de mobilidade sustentável, e em Portugal houve um desinvestimento enorme, por exemplo, na linha ferroviária. A linha do Oeste, mais especificamente, não tem as condições ou velocidades necessárias para que as pessoas optem por esta opção de mobilidade em comparação com o uso do carro pessoal. O Volt tem uma estratégia para a modernização da linha do Oeste, com correções de traçado, permitindo velocidades de pelo menos 160 km/h. Queremos também realizar um estudo de viabilidade de Nova Linha ferroviária Tomar-Ourém-FátimaBatalha-Leiria.

Qual o político que mais o(a) impressionou no passado e que o(a) inspira no presente?

A política que mais me inspira é a Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia e o António Guterres, secretário-geral da ONU, não só por ser português, mas também por ter estudado na mesma faculdade onde me formei, o Instituto Superior Técnico.

Que livro recomendaria ao próximo primeiro-ministro?

Recomendaria o livro Fahrenheit 451, que retrata uma sociedade em que é proibido ler e onde as pessoas são acríticas. Mostra a necessidade que temos em formar cidadãos conscientes capazes de enfrentar as dificuldades do século XXI.