Candidato Deolinda Antunes

MAS

Deolinda Antunes

Em poucas palavras, apresente-se ao eleitorado.

Importante é apresentar o Movimento Alternativa Socialista (MAS), que, nestas elições, tem como lema "Acordar a esquerda". Nos último 6 anos o país foi governado pelo Partido Socialista com a conivência silenciosa do PCP e do Bloco de Esquerda, que não alterou as políticas do governo da direita PSD/CDS e da troika, nomeadamente no desperdício de dinheiro público nos bancos e na legislação laboral. O MAS quer ajudar ao regresso à mobilização dos trabalhadores pela luta dos seus direitos porque só esta garantirá uma mudança social justa para o país. A direita e extrema-direita não são solução.

Quais as suas prioridades para o distrito de Leiria?

Para o MAS, as principais prioridades para o distrito de Leiria não são diferentes das prioridades para o resto do país, uma vez que os problemas do país são transversais. Delas, destacamos a semana de 4 dias para resolver o problema do emprego, a par, talvez, de um projeto de reindustrialização da região, para o problema da habitação propomos o tabelamento das rendas em 30% do salário e para o problema da mobilidade propomos o investimento na ferrovia, nomeadamente, da efetiva modernização da linha do oeste, sempre anunciada e sempre adiada. O reforço do SNS tem ser uma prioridade, o novo hospital do Oeste tem de se tornar uma realidade nos próximos 4 anos, o MAS não aceita mais dinheiro para os bancos ou que as farmacêuticas e grupos privados de saúde ganhem dinheiro com a pandemia da Covid-19 e se prejudique o tratamento das doenças não-Covid.

Acredita numa solução definitiva para o problema da poluição gerada pelas suiniculturas? Qual?

Esses problemas, como os da Ribeira dos Milagres, só resolvem com investimento público para criar mecanismos de aproveitamento dos dejetos gerados pela suinicultura, nomeadamente o aproveitamento energético, bem como uma política de tratamento ambiental. Mas os interesses instalados não vão deixar, acreditar numa solução é votar numa política diferente.

Aeroporto em Monte Real e requalificação da linha ferroviária do Oeste. Depois de tantas promessas não cumpridas, ainda faz sentido inserir estes temas nos programas eleitorais?

O aeroporto não é mais do que uma bandeira vazia dos políticos do costume, seria um mamarracho que não serviria ninguém, nem o país nem a região. Ele deve ser um local para aeronaves do Serviço Nacional de Saúde, bombeiros e proteção civil, instrução e formação de pilotos, e desportos aeronáuticos. Com a crise climática e pandémica percebe-se agora a necessidade tremenda da requalificação da ferrovia. Agora, é preciso coragem para investir e fazer frente aos interesses da indústria automóvel e de combustíveis. O futuro são carris e comboios em cima deles. Não se trata só de modernizar, é preciso criar acessos em transporte público das populações às estações. As promessas não cumpridas têm rosto e nome e são dos partidos de governo das últimas décadas, votar neles significa incumprimento e desprezo pelas populações.

Concorda com a forma como tem sido feita a recuperação do Pinhal de Leiria? Proporia um plano diferente?

A recuperação deveria ser acompanhada da florestação de outros territórios com diferentes culturas e espécies.

Regionalização: sim ou não? Porquê?

A regionalização só serve para produzir mais desigualdade e para o Estado central passar responsabilidades que são suas. Ela serviria apenas para acelerar o processo de privatização de sectores como a água, a educação e as escolas, os apoios aos idosos, etc. É mais uma política para enganar e não se resolver os problemas.

Qual o político que mais o(a) impressionou no passado e que o(a) inspira no presente?

A mim o que me impressiona são as políticas que trazem justiça às pessoas. Que trazem direitos aos trabalhadores. Políticas que façam o nosso país reconhecido por uma saúde, educação e cuidado aos mais velhos com acesso universal, gratuito e de qualidade. Ontem, hoje e amanhã é isso que me inspira.

Que livro recomendaria ao próximo primeiro-ministro?

O ministério da felicidade suprema, da Arundhati Roy.