Candidato António Galvão Lucas

CDS-PP

António Galvão Lucas

Em poucas palavras, apresente-se ao eleitorado.

Como Coordenador do Gabinete de Estudos do CDS poderei aportar valor acrescentado de todo um trabalho feito por uma estrutura que tem contribuído para propostas estruturantes apresentadas pelo Partido (como por exemplo, o Vale Farmácia). Como microempresário sou conhecedor, na pele, dos problemas reais que as empresas enfrentam com a enorme carga fiscal que têm de suportar entre outros fatores que reduzem, estruturalmente, a sua competitividade. O meu conhecimento do Distrito, que não é marginal, vem de muitos anos de experiência profissional a trabalhar com empresas no litoral e zona Oeste (Caldas da Rainha e Pombal, por exemplo), pelas ligações da minha família no passado ao sector da Cerâmica no Distrito e por ligações familiares indiretas em concelhos como Leiria e São Martinho do Porto. Assim, aos 47 anos, já com alguma experiência acumulada, sinto ter a energia necessária para defender convictamente os interesses do distrito de Leiria e ser mais um a garantir da defesa da Democracia Cristã no Parlamento Nacional.

Quais as suas prioridades para o distrito de Leiria?

Defino como as 5 maiores prioridades (as duas primeiras também de âmbito nacional), as seguintes: 1 - Choque fiscal e redução do custo energético para apoiar estruturalmente as empresas, os verdadeiros geradores de emprego, riqueza e poupança, a base de qualquer desenvolvimento económico. 2 - Reforma da saúde, que vive uma realidade caótica, com a “abertura” do SNS aos sectores Privado e Social, reativação das Parcerias Publico Privadas e maior investimentos em infraestruturas e contratação de pessoal médico e de enfermagem qualificado. Neste âmbito e fazendo a ponte para o distrito, defendemos a rápida implementação do Hospital do Oeste no distrito de Leiria. 3 - A implementação de uma verdadeira estratégia e plano de reflorestação do Pinhal de Leiria e Pinhal Interior; 4 – A aposta estruturada na ferrovia, para que a requalificação da linha do oeste e do ramal na linha do Norte, ou mesmo, a prometida ligação à linha de alta velocidade, passem de promessas a realidade; 5 – e por fim, o apoio incondicional ao Mundo Rural, contra a desertificação do Interior, para combater as enormes assimetrias existentes e garantir uma maior coesão territorial.

Que soluções propõe para os problemas de habitação no distrito, incluindo o acesso à habitação acessível e a revitalização de áreas urbanas degradadas?

Sim, e acho mesmo fundamental uma atuação sistemática para minimizar o problema dos resíduos. Não há dúvidas que investimentos nas ETES têm de ser uma aposta, pois o sector tem de ser incentivado pela sua relevância na produção alimentar para o país (e pela sua relevância social no Distrito, pelos inúmeros postos de trabalho que representa) mas através de soluções de equilíbrio que garantam também a defesa das populações e do ambiente. Pena que o projeto aprovado em 2013 pela antiga Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dr.ª Assunção Cristas, que disponibilizou 20 milhões de euros para este investimento, nunca tivesse sido implementado, fosse por por inercia e/ou incompetência dos agentes políticos (poder central e local) envolvidos. Assim, o CDS-PP defende a construção de ETES com base no superior interesse de um sector (suinicultura/agropecuária) em equilíbrio com a defesa do ambiente e mais importante, em termos de saúde pública das populações afetadas por este problema, que é real. Também em termos económicos haveria claros benefícios com a revitalização da atividade turística na região .

Tem planos para promover a inovação, o empreendedorismo e a criação de emprego qualificado no distrito? Quais?

O facto do poder central e entidades governantes não terem cumprido promessas (o que não é novo, diga-se de passagem) não quer dizer que os projetos tenham perdido a sua relevância, antes pelo contrário, o que torna ainda mais importante a sua defesa. Comecemos pelo alargamento da Base Aérea de Monte Real ao tráfego civil. Este pode, de facto, ser um investimento estrutural para o desenvolvimento exponencial do distrito. Com um conjunto tão considerável de empresas exportadoras que recebem milhares de visitas (clientes e parceiros) numa base permanente e também com todo um potencial turístico por potencializar (turismo religioso, turismo do Património, do mar/ondas/subaquático, de natureza/rural, entre outros) este projeto poderia ser de enorme mais valor. No entanto deverá ser sempre alvo de um rigoroso estudo de viabilidade económica e de impacto ambiental e também o digo, com toda a transparência, que no atual contexto pandémico e de carência gravíssimas nos sectores da Saúde e Educação (por exemplo) não é uma prioridade. Já a Ferrovia sim, deve ser uma aposta imediata para traga benefícios estruturais a médio prazo. Muitos dizem que tudo está programado para esta requalificação e que a eletrificação está em curso e que teremos também uma interseção com a linha de alta velocidade do plano ferroviário 20/30. Mas nunca é demais reivindicar estes investimentos porque sabemos que Leiria será das últimas a beneficiar da linha de alta velocidade e sabemos também como os projetos estruturais em Portugal têm tendência para se atrasar. Portanto Leiria não pode estar mais 2 a 3 décadas à espera. Por outro lado mesmo em relação à requalificação da linha do Oeste já ficamos a saber muito recentemente que a eletrificação da linha está já atrasada 3 anos. Assim, o CDS-Partido entende como muito relevante para o desenvolvimento do Distrito esta Requalificação da Linha do Oeste e a Ramificação à linha do Norte que compensaria e muito esta ainda longa espera pelo Comboio de Ata Velocidade. Estas medidas, complementares, permitiriam atingir uma série de benefícios para as populações do distrito (uma mais rápida e cómoda ligação a Lisboa ajudaria a fixar população no distrito e a potenciar, por exemplo, o IPL) e empresas, no caso dos transportes de mercadorias (muitas das empresas são exportadoras e os seus clientes já não estão dispostos a pagar a “pegada de carbono” por via do transporte rodoviário) sem falar obviamente do impacto ambiental (sabendo nós que o transporte Rodoviário é responsável por mais de 95% da poluição do ar).

O que se pode fazer para uma acção mais eficaz em termos ambientais, incluindo a proteção dos recursos naturais, gestão de resíduos e mitigação das alterações climáticas?

Começaria por discordar, desde logo, com a pergunta pois entendo que nada foi feito neste últimos anos nesta matéria seja por Incompetência, desconhecimento técnico ou desmotivação. Está tudo por fazer. É preciso então apostar e investir, já, na fiscalização, na formação (há que sensibilizar as entidades competentes e as populações para a gravidade do problema) e na criação dos safe points, por exemplo. Estruturalmente vemos que continua a não haver uma verdadeira regulamentação nem ordenamento do território. Há pois que avançar com o Emparcelamento dos territórios, como ocorreu no baixo mondego, o que terá o seu papel ativo também (mas não só) na reflorestação, desde logo na disciplina que introduzirá no terreno. E na base têm que estar estudos técnicos aprofundados sobre as espécies florestais e solos, para podermos verdadeiramente saber como intervir sobre os mesmos. Em paralelo tem que se exigir às Autarquias que garantam o correto funcionamento das bocas de incendio que não estão a funcionar e melhorar as acessibilidades circundantes, tudo isto para ajudar na prevenção futura de calamidades e para potenciar em simultâneo o futuro renascimento da industria florestal na região. Limpar e Reflorestar, que também pode contribuir para uma melhor gestão da Biomassa que se traduzirá numa maior eficiência energética com o aproveitamento de recursos que não estão a ser aproveitados.

Apresente algumas propostas para melhorar a mobilidade no distrito.

Não. A Regionalização vem fundamentalmente dividir o que é bom (a ideia de um Portugal unido) e multiplicar o mau, isto é, mais tachos para amigos e políticos amigos, potencialmente terreno para mais corrupção, mais burocracia, e mais despesa, e não tenhamos dúvidas, mais impostos. As regiões menos desenvolvidas do nosso país não precisam de mais pesadas e ineficientes máquinas administrativas a juntar às que já existem. Em alternativa propomos uma verdadeira descentralização no país, de recursos, de competências e de poderes, que confira aos municípios a verdadeira e real capacidade de dinamizarem os seus concelhos e as suas regiões.

Qual o político que mais o(a) impressionou no passado e que o(a) inspira no presente?

Nos primeiro anos da minha militância ativa na Política, na Juventude Popular (na altura, Juventude Centrista), convivi muito com aquele que foi o Político, que mais influenciou e contribuiu para a minha formação como Político, e como Homem. Falo do Eng.º Krus Abecassis, um homem sábio mas muito humilde e de fortes convicções. Um verdadeiro humanista. Atualmente, admiro muito o atual líder do CDS-Partido Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, pela sua coragem, resiliência, energia, sentido de missão e independência. Creio que, mais depressa do que muitos pensam, ser-lhe-á dado o valor que tem e que merece ser reconhecido.

Que livro recomendaria ao próximo primeiro-ministro?

Qualquer um dos livros do Papa Francisco, para que os seus ensinamentos possam iluminar a consciência social dos nossos futuros governantes, num momento em que princípios como o humanismo, o personalismo a a (verdadeira) solidariedade serão tão críticos para o equilíbrio e futuro da sociedade.